Dos muros irados, erigidos aqui,

minh’alma espreita, contempla, espera.

O grato momento do voo eu quisera,

destemor eu tivesse p’’ra não desistir.

Oh salvação! Bem sabe quanto a persegui.

Livre de minhas algemas, quem me dera,

escápula desejada por quimera,

fausto sonho, do qual não me arrependi.

Vai, encara e escancara essa justeza,

faz da sua vida fogoso júbilo,

aflora a graça, o brilho, o encanto.

Abre esse pulmão e solta seu sibilo,

revela ao mundo seu generoso canto,

e a formosura, do regalo a leveza.

Re Fernandes

“Meu silêncio é povoado por um mundo de palavras e mistérios”