Quem ainda não entrou ou não viu um bastidor de um teatro ou de um estúdio de televisão? Ali toda a formalidade da plateia se desfaz. Cada canto do bastidor revela a intimidade de todos. Torna-se quase um confessionário, um diário compartilhado…vai saber?

By Re

Escrever é um ato de amor, de dor, de insanidade, de sanidade, de ódio, de paixão, de loucura, de cura!

Meu silêncio é povoado por um mundo de palavras e mistérios.

Preciso dessa inspiração que me vem em enxurrada, inunda-me a mente impetuosa, inquieta meu corpo insone, me arremessa no vácuo, no destituído, no desprovido, solta gemidos, gritos, lamentos, faz do todo fragmentos…

Palavras conceituais são simplesmente escritas. Já as poéticas doem, ferem, sangram e libertam.

Medo não é sentimento que se compartilha, se vive!

Andamos tão carentes que precisamos dos Dia do Otimismo, Dia do Abraço, Dia do Amigo, Dia do Sorriso, Dia do Irmão para nos resgatar.

Fico às falas com tua sombra que não deixo ir. Ouve-me e sorri, incrédula com minha insistência; este medo de perder.

Quero vento que me varra e leve o que está demais. Deixe o pouco que de mim sobre, mas que seja meu. Não preciso mais do que meu próprio instante.

Se fico triste é porque não aceito. Se não aceito, é porque me apego. Se me apego, é porque talvez não tenha.

Amor e liberdade são sinônimos, apesar de alguns discursos antagônicos, geralmente carregados de paixão.

Mulheres em silêncio ou silenciadas?

Meu pai foi o primeiro homem que amei. E fui correspondida! Felicidade. Foi, também, um traidor. Não se parte assim. Morreu aos 87 anos. Tão novo era!

Meu nome de batismo é Regina Silva de Oliveira. Como autora, Re Fernandes. Preciso explicar isto? Não sei…

Hoje, a noite está no maior papo com a lua. Só eu não quero conversa. Fico assim quando não sei bem quem sou.

Comecei a gostar de escrever quando me perdi. Era pequena ainda. Escrevi meu endereço. Percebi que escrever nos salva.

Vamos brincar de palhaço? Vamos! Só pra eu chorar um pouquinho. Palhaços me fazem chorar. Estou precisando.

Abstenção: a opinião de quem não tem opinião. Que bobagem. Sempre se tem uma opinião. Só não está bem clara, ou talvez, seja melhor calar….hum, hum.

Não recomponho com a ruptura. Mas se houver uma boa sutura…

Ploft… o grão de milho explode, a pipoca eclode. Que delicia de transformação. Também quero, para mim, essa leveza e alegria.

Estou aberta à visitação. Peço não ser tocada. Posso ser admirada, criticada, observada, Vale a pena um estudo? Sou obra e autor.

Um lugar que leve a mim, a uma única certeza que seja. Não posso retornar àquela eu. O manequim mudou. Costuro, descosturo, reconstruo.

E nessa tessitura, componho minha canção solitária de final de tarde. Uma cervejinha, please; às sextas não se deve ficar só.

Minha primeira pessoa é sempre aquela que invade a festa. Sem ela nada tem graça.

Luto para suspender meus julgamentos, mas a humanidade perversa me impede.

Minha imaginação se resolve neste absolutismo que a tudo permite dentro de mim.

Conta suas mentiras! Sem elas seco, viro fruta passada e murcha.

E esse amor cortante, pulsante, lancinante, vibrante….amante, amante, amante? Preciso de um opioide!

Quero uma porta aberta e asas. A porta para a tudo ver e as asas, para fingir que sou livre.

O que está acontecendo…? Uma cabeça que se curva em gratidão amorosa a quem, de fato, faz o momento ter seu sentido.

E quanto à você, não perca seu tempo em busca da perfeição. Aproveita o que tem. Somos obras inacabadas.

Esquece o tempo com seus temores. Larga seu sorriso comedido e insípido. Voa.

Passa a bola, Teodora, passa a bola! Hã? Deixa pra lá. (Pensa bem….vale para tantas situações…;-).

O passado passara; não mais existia. A vida corria e eu ansiava por mim, incrédula, interrompida, silenciada. Agarrei-me à uma sombra.

Meu olhar perfurava a névoa cinzenta que se projetava em minha direção. Haveria de encontrar um raio de luz, um vislumbre de esperança.

Não gosto da lucidez. Ela pode se tornar uma obsessão que aprisiona. E prisão é ausência de lucidez.

Esta memória que me sabota e tenta enfraquecer meu passado não me vencerá. Há lições das quais não prescindo.

Sou uma artesã experiencial. Uso a matéria prima que a vida me fornece e com ela construo a mim mesma.

Há várias formas de prisão. A pior delas é invisível aos olhos. Quem aprisiona conhece bem a arte de subjugar, tão sutil é.

Meu coração é forte e teimoso. Acredita em sonhos, mesmo não devendo, em beijos que não acabem, em estrelas brilhando em noite nublada.

Para curar uma ferida é preciso arrancar-lhe a casca?

Uma inquietação que se disfarça sob o véu da alienação. Esquiva que protege ou retarda o pior que está por vir?

A dor de cada indivíduo que sofre é minha também. E aqui, distante, meu coração chora e ora. E lamenta.

Um tudo parado é um nada. E um nada parado não existe. Suspeita-se…

Já desconstruiu-se hoje? Não há inovação sem desconstrução 😉

Gosto de intimoratos. É preciso este destemor para manter-se intemerato. A integridade não é para muitos.

O amanhã é sempre um convite. Uma revelação a ser compreendida.

Fico pequena, pequena, quase invisível. Invisível a quem?

Outro casamento perfeito termina. Eita obsessão por perfeição e para sempre. Ops!

Onde estarei amanhã? Não sei. Aprendi a não saber.

Quem sou eu? Um nada em constante movimento. E isso é tudo!

Amor e amizade falecem quando a admiração se esvai.

Sedução é olho no olho, palavras ternas, pegada, abraço apertado, beijo quente e invasivo; a garganta que o diga. Reaviva.

Não, não mudamos. Retornamos à nossa essência, mais amadurecidos, talvez.

Eu não tenho mais nada a falar-lhe. Salvou-me de agonizante precipício e agora me abandona na caligem, na escuridão.

Minha lógica anda na contramão das regras. As regras aprisionam. A lógica liberta.

Re Fernandes